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O ato de registrar a realidade à sua volta marca a
história da humanidade desde épocas imemoriais.
Com o advento do cinema, tal registro recebeu enorme impulso. Ao longo do século XX, o crescimento
da indústria cinematográfica foi acompanhado pela
ousadia e a coragem dos diretores de docu mentários, que enveredaram por novos meios de expres -
são para revelar aspectos da realidade nem sempre
palatáveis à primeira vista – e que, mais tarde,
tornam-se referências sociais e estéticas.
Um destes diretores foi o polonês Krzysztof
Kieslowski (1941-1996), homenageado da 12ª edição
do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, patrocinado pelo Banco do Brasil. Em
sua trajetória como cineasta, Kieslowski abordou
desde a vida dos trabalhadores e soldados do seu
país até conflitos morais baseados nos Dez Mandamentos. Para fugir da censura e por necessidade
estética, criou um estilo particular, uma poética
imagética que marcou fortemente seus filmes de
ficção, os mais conhecidos dos quais formam a
chamada Trilogia das Cores.
Marcando tendências cinematográficas ou
denunciando mazelas sociais, os documentários
crescem em importância a cada dia. Produções
sofis ticadas conquistam o circuito comercial com
a defesa de causas relevantes e mensagens de
alerta para a humanidade. A linguagem poderosa
da imagem, alia da aos dados científicos e à
emoção dos depoi mentos, conscientiza os espectadores e contribui para alterar compor tamentos
e políticas públicas.
Para acompanhar a evolução do interesse do
público, mais e mais realizadores se especializam
na área. Nesta edição do Festival, a exibição de mais
de uma centena de trabalhos demonstra que os
documentários permanecem como uma valiosa
fonte de expressão das alegrias e angústias do
nosso tempo. Graças ao talento, coragem e
sensibilidade dos documentaristas, seu trabalho
passa a fazer parte não apenas da História, mas da
formação de cada um de seus espectadores.
CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL
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