Sinais de força do documentário saltam-nos diariamente aos olhos. Basta olhar de lado – e não falo apenas da maior presença de títulos nas salas de cinema e nos festivais mundo afora. O documentário talvez nunca tenha influenciado tanto a arena mundial das artes e idéias.

Uma das forças contemporâneas do cinema nãoficcional inspirou no ano passado o ciclo “Dez Documentários que Mudaram o Mundo” no British Film Institute de Londres. A excelência da curadoria de Mark Cousins nos impeliu a exibir a mostra como nossa retrospectiva internacional deste ano. A idéia foi destacar obras que “fizeram a diferença”, para bem ou para mal, catalisando mudanças reais nas sociedades retratadas.

A retrospectiva brasileira vem representar, por sua vez, outra das tendências atuais mais ricas – a da autonomização do documentário como discurso autoral livre. Nada melhor do que convidar para a curadoria um de nossos mais brilhantes realizadores experimentais, Carlos Adriano, ao lado de seu fiel parceiro, Bernardo Voborow, e do locutor que vos fala.

O contraponto frisa a pluralidade essencial para o desenvolvimento do documentário. Entre a câmera-punho, a câmera-espelho e a câmeracaneta, avança este outro cinema – que é o mesmo mas é diferente, como você poderá conferir mais uma vez aqui, graças à generosidade das instituições co-realizadoras e dos cineastas que nos confiaram suas obras.

Que se abra a cortina e comece o espetáculo. Sejam todos bem-vindos!


Amir Labaki
Fundador e Diretor
É Tudo Verdade
Festival Internacional de Documentários