Cineastas como Dziga Vertov, para ficar num exemplo pioneiro, confiaram numa forma revolucionária condizente com o objetivo de dar ao documentário o status de instrumento de propaganda política, não deixando assim de trilhar a mesma vertente de um cinema pedagógico-militante.

O documentário de ativismo político soube renovar-se, emprestando características até do cinema performático, como definido por Bill Nichols, assumindo um estilo que relê o discurso clássico enfatizando os aspectos subjetivos. Michael Moore talvez seja o representante mais popular desta nova tendência. Mas a renovação formal, curiosamente, não marcou o reflorescimento internacional do documentário engajado, a partir da polarização provocada pela chamada “Guerra ao Terror” instaurada pelo governo Bush na esteira de 11 de setembro.

Ingressando numa nova era política as tradições formais voltarão a ser desafiadas? A IX Conferência Internacional do Documentário propõe discutir como o documentário engajado se desenvolverá frente às novas verdades que se impõem mundialmente após as mudanças políticas recentemente iniciadas.

Maria Dora Mourão e Amir Labaki


A 9° Conferência Internacional do Documentário, que integra o “14° É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários”, acontecerá de 1 a 3 de abril no auditório do SESC Avenida Paulista (Av. Paulista, 119, São Paulo, SP; tel. (11) 3179 3700).

A Conferência é organizada pelo CINUSP “Paulo Emílio”, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo e pelo "É Tudo Verdade", em parceria com o SESC-SP e a Cinemateca Brasileira.

As inscrições para o evento são gratuitas e devem ser feitas no portal do SESC-SP no seguinte endereço: http://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cfm?Referencia=5985&ParamEnd=8.