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	Amir Labaki - Diretor do Festival
		
	 
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"Wise men say/ Only fools rush in". Assim profetizava Elvis Presley, alguns poucos anos antes de acelerar-se a brisa revitalizadora do chamado "cinema direto". Quase meio século se passou e eis mais atuais do que nunca as lições daquela escola, catalisada ontem como hoje pela mistura de uma nova pulsão ética e um incrível avanço técnico. Nascia dessa forma uma nova estética para a produção não-ficcional.
  
Frederick Wiseman foi um de seus líderes. A retrospectiva que o traz pela primeira vez ao Brasil comprova a vitalidade e a persistência de seu cinema. Wiseman é, a um só tempo, o mais americano dos documentaristas e o mais universal dos documentaristas americanos. Relendo um país, oferta-nos o mundo. 
  
É fundamental voltar ao "cinema direto" na era do cinema digital, que compartilha não poucas questões essenciais -  éticas, técnicas e estéticas - com aquele. O impacto causado na produção, mesmo brasileira, já é imenso, como provam vários representantes nacionais no festival.
  
Geraldo Sarno reinterpreta o Brasil neste mesmo período em que Wiseman tem dissecado os EUA. A "Caravana Farkas", da qual Sarno foi protagonista, está para o documentário brasileiro contemporâneo assim como a gangue de Wiseman, D.A. Pennebaker, Richard Leacock, Robert Drew e Albert & David Mayles para o americano. Se é impossível decifrar os EUA sem ver "Titicut Follies" (1967), de Wiseman, ou "Primary" (1960), de Drew & Leacock, como compreender o Brasil sem "Viramundo" (1964/65), de Sarno?
  
Conhecer, confrontar e debater suas obras já justificaria todo um festival. Este sexto É Tudo Verdade vai além, contrapondo à tradição o melhor da safra 2000/2001, brasileira e internacional. O recorde de inscrições nacionais, o amadurecimento da produção como um todo e a maior ousadia temática e estilística sinalizam um momento raro na história do gênero no país. 
  
Há seis anos, em nossa primeira edição, louvava-se a retomada do cinema brasileiro, da qual o documentário timidamente fazia parte. Hoje, sem exagero, a vanguarda do processo audiovisual brasileiro passa pelo documentário;aliás, aqui como mundo afora. O destaque à produção nacional nas diversas seleções deste ano são a prova cabal disso. 
  
Não é mera coincidência que as instituições responsáveis por este evento imprimam suas marcas em várias outras etapas deste processo. O compromisso de todos para com o desenvolvimento do documentário se estende para muito além desse festival. Pela confiança, excelência e cumplicidade, reitero minha profunda gratidão.
  
Às muitas alegrias desde a última edição veio juntar-se em janeiro último uma dor que quase as anula. Refiro-me, claro, à morte de Johan van der Keuken. Sua generosa e iluminadora visita há dois anos é talvez o maior marco da breve história deste festival.
  
É impossível ver documentários com os mesmos olhos depois de assistir a um filme de van der Keuken. Humildemente, este evento é dedicado à memória de nosso Holandês Voador.
  
 
AMIR LABAKI 
DIRETOR DO FESTIVAL 
	  
	  
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