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    Edição 2000


Danilo Santos de Miranda - Diretor do Departamento Regional do SESC de São Paulo




VALORIZANDO UMA CINEMATOGRAFIA DE QUALIDADE

É possível registrar a vida como ela é? Quantas são as subjetividades que envolvem a narrativa, sempre construída, de um fato? A consciência da condição humana quanto à fragilidade da compreensão do mundo propicia ao indivíduo distinguir a dúvida, motor da curiosidade, de certezas absolutas, estabelecidas por vozes e versões oficiais de fatos da vida e do mundo. Vale, então, perguntar-se: é tudo verdade?

Quaisquer que sejam as respostas a essa questão, seu caráter subjetivo e polêmico permanece. Pode-se, no entanto, afirmar que tudo é passível de ser narrado e, nesse sentido, o cinema não-ficcional e seu agente principal, o cineasta documentarista, apresenta-se como um investigador que oferece, ao público, impressões ainda desconhecidas, detalhes esquecidos ou censurados, imagens que dizem de si mesmas e desejam ser lidas com cuidado.

A variedade de temas e objetos enfocados neste 6º Festival Internacional de Documentários é um exemplo disso. Foram inscritas cerca de 200 produções nacionais, revelando o quão frutífera tem sido a safra de cinema documental brasileiro. Além disso, destacam-se as retrospectivas especiais em torno das obras de Frederick Wiseman e Geraldo Sarno.

Para o SESC de São Paulo, instituição para a qual a difusão cultural é ferramenta de trabalho e instrumento de democratização do conhecimento, o 6º Festival Internacional de Documentários constitui oportunidade ímpar para a revelação de novos talentos, debates e a valorização de uma cinematografia de qualidade que merece ser conhecida pelo grande público.


DANILO SANTOS DE MIRANDA
DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL DO SESC DE SÃO PAULO