|
Biografia
Frederick Wiseman
(1930)
Dono de uma trajetória única no documentário norte-americano, Frederick Wiseman tem sido muitas vezes definido como "o melhor e mais corajoso observador do lado sinistro da sociedade contemporânea". Formado em Direito na Universidade de Yale, começa sua carreira cinematográfica produzindo "The Cool World", de Shirley Clarke, em 1963, um olhar semi-documental sobre a delinqüência juvenil no bairro nova-iorquino do Harlem. Sua estréia na direção, com "Titicut Follies" - rodado em um hospital psiquiátrico para criminosos - começa a estabelecer sua reputação polêmica. O filme foi banido nos Estados Unidos de 1967 a 1992. Nos últimos 33 anos, Wiseman constrói uma vasta obra dedicada principalmente a explorar as grandes instituições americanas, retratando escolas, hospitais, departamentos de polícia, academias militares, mosteiros, cortes de Justiça, centros de pesquisa científica e o sistema de seguridade social, e sempre expondo, no mais puro estilo do cinema verité, os efeitos desumanos da burocracia. Sua abordagem revela a faceta mais aterradora de uma sociedade presumivelmente igualitária e democrática. Em alguns casos, Wiseman aponta sua câmera para realidades mais circunscritas - o mundo fashion, uma estação de esqui, um parque público, uma companhia de teatro ou um pequeno vilarejo de pescadores. Nos anos 80, volta-se, em trabalhos como "Blind" e "Deaf", para o retrato dos efeitos psicológicos causados pelas deficiências físicas em seus portadores.
A retrospectiva apresentada compreende, em nove programas, oito trabalhos, entre os quais seu filme de estréia e "Belfast, Maine", sua última produção.
|